Mozar Terra – Caderno de Composição
Por Sérgio Fogaça

Com mais de 30 anos de carreira, o pianista, compositor e arranjador Mozar Terra dividiu seu tempo entre Brasil e exterior, já que morou dez anos na França e cinco na Dinamarca. Mas o sangue jamais foi negado e sua música é brasileiríssima. Entre outros trabalhos, escreveu arranjos para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e para os songbooks de Tom Jobim e João Donato.
Já acompanhou artistas como Caetano Veloso, Lúcio Alves, Emílio Santiago e Joyce.

O CD "Caderno de Composição" é o primeiro trabalho autoral do músico. Todas as composições são de Mozar Terra, com exceção de uma que fez em parceria com Antenor Bogea. O CD começa com uma dessas "quebradeiras", no bom sentido, da música instrumental brasileira. Chama-se Ascensão. Depois vem Braços abertos, trazendo a participação especial de Paulo Bellinati no cavaquinho. A terceira é Flor da Serra, onde Mozar interpreta o tema só, ao piano.

Segue com Mirante. Mozar recebe com seu piano a presença de Léa Freire, na flauta, e Kzam Gama, no baixo elétrico, além de Teco Cardoso, no sax soprano, embora Teco participe de todas as faixas, com exceção do trecho em que Mozar sola ao piano. Luzes de Vênus é a próxima canção, seguida de Entre o céu e a serra, outro piano solo de Mozar. A sétima é o samba Mestiço, embora tentar colocar um gênero nesse tipo de música livre seja uma perda de tempo. Depois, E o palhaço chorou, mais um belíssimo solo de Mozar. Um tema emocionante não só no título da música. Com A sereia voou, próxima canção, o clima é de gafieira e muito bem desenvolvido pelos músicos que acompanham Mozar. São eles, além de Teco Cardoso, já citado: Rodolfo Stroeter, no baixo acústico, Tutty Moreno, na bateria, François, no trombone, Roberto Sion, no sax tenor, e Walmir Gil, no trompete. A décima chama-se Ícaro, de Mozar e Antenor Bogea, com Mozar solando ao piano. De volta ao samba. Ou à gafieira? Vem o tema Subterrâneo. Para fechar, o último solo de Mozar, em Fantasia para Livia. Onírico!

Sérgio Fogaça
nov 2002

<  voltar  -  top   


© Sérgio Fogaça