Diário do Pará
- Coluna Feira do Som
Zeli em Movimento

Por: Edgar Augusto
Belém, 23.01.07

Em Movimento é o segundo disco do baixista e compositor Zeli, de São Paulo, discípulo de Sizão Machado e tido como uma das grandes promessas da música instrumental de nosso país. Caprichoso e dono de boas idéias nos arranjos, ele dividiu seu baixo elétrico de seis cordas com o baixo acústico de Sizão e o sax tenor de Vitor Alcântara no clássico Amphibious (de Moacir Santos), solou Doce De Coco (de Jacob do Bandolim) no mesmo baixo elétrico acompanhado pela percussão de Chico Valle e pela voz de Badi Assad, e também deu show de bola na releitura de Desvairada (de Garoto) contando com o bandolim de Renato Anesi e o quatro venezuelano de Carlinhos Antunes. Mostrou, sobretudo, requinte. Da mesma maneira saiu-se bem como compositor. Seus sambas funkeados Alegria De Mato e Varanda, com Pedro Simão (violão), Edu Ribeiro (bateria), Fábio Torres (piano) e Daniel D’Alcântara (trompete) mostraram harmonias ricas, mesmo que, às vezes, lembrando outras composições - as sincopadas de João Bosco, por exemplo. A bela Nino, Alphaville e Beslan, feita em parceria com Simone Guimarães e tendo a participação desta, também trilhou influências. Fincou-se um pouco nas caídas harmônicas de Francis Hime e Guinga. Influências positivas, não? Mas Em Movimento é gostoso de se ouvir. Tem uma sonoridade jovem, fresca e longe de oba-obas. Como Sizão Machado disse no texto de apresentação, “Zeli fez uma incursão no clássico espírito da boa música popular brasileira”. Ouçam.

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