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Music News - Coluna do Assis
Fui, Vi e Gostei do Auditório Ibirapuera
por: Assis Ângelo
11.04.2007

Há muito adiava, mas acabei encontrando uma brecha no tempo para conhecer de perto o belíssimo e aconchegante Auditório Ibirapuera, idealizado por mestre Oscar Niemeyer, ali na Pedro Álvares Cabral, Sampa, que tem no competente produtor musical Pena Shimidt um dos seus mais resistentes pilares. Foi sábado. Peguei roupa de domingo e fui. Às 21 horas a cigarra deu o terceiro sinal, as luzes se apagaram e as cortinas subiram para mostrar o talento do Novo Quinteto Radamés Gnattali, formado pelo craque das cordas elétricas Henrique Cazes, que mostrou porquê o chamam de “multiinstrumentista autodidata”; Maria Tereza Madeira, doutora em Piano e em Música pela Universidade de Iowa; Marcelo Caldi, sanfoneiro da nova safra, dos bons, visitante de prumo certo no universo dos ritmos e gêneros populares, como o baião, de Luiz Gonzaga; Oscar Bolão, incrível e dileto aluno do baterista Luciano Perrone, que deixou sua marca; e Omar Cavalheiro, professor da Escola de Música Villa-Lobos, no Rio, para quem parece ter sido inventado o contrabaixo. Com a participação do convidado especial Leo Gandelman, saxofonista, foi apresentado ao privilegiado público presente o “concerto” Radamés 100 Anos. No repertório, pérolas impagáveis e até inéditas em disco do próprio Radamés (1906-1998), gaúcho que deixou sua digital na música brasileira. Ainda no repertório, obras de Jacob, Pixinguinha e Luiz Bandeira, pernambucano de Recife e autor, entre outros, do clássico O Apito no Samba. Noite fantástica foi a daquele sábado, que findou com um gostinho de quero mais. Agora, a convite de Juliana Brum, me preparo feito noivo para assistir o bossa-novista João Donato, que lá se apresentará nos dias 13, 14 e 15 próximos. Vou convidar a parcerinha Andréa Lago e o amigo e produtor do programa que apresento na allTV (www.alltv.com.br) Darlan Ferreira. Ah! Para ilustrar: Conheci Radamés num dia qualquer dos anos de 1980, em são Paulo. Eu era repórter da Folha e fui destacado para entrevistá-lo. Levei gravador, caneta e papel, além da mente aberta para ouvi-lo. Conversa vai, conversa vem, fiquei sabendo que ele torcia o nariz para os textos e a posição guerrilheira de José Ramos Tinhorão, como, aliás, torcem muitos outros artistas contemporâneos. Essa foi a única besteira que vi notei Radamés. No mais, só grandeza. A obra que ele nos deixou prova isso, como mostrou o Quinteto que leva o seu nome, e que certamente terá vida longa./// Ontem, terça, saí de novo da toca para assistir a performance da pianista Heloísa Fernandes, no Projeto Música Inteligente bancada pela Companhia Brasileira de Alumínio, Votorantim, no Teatro do Shopping Frei Caneca (www.teatroshoppingfreicaneca.com.br). Também foi uma bela noite, devida a apresentação da pianista e seus convidados: Teco Cardoso, sopros; e Ari Colares, na percussão. O concerto, que contou com as dançarinas Otília Françoso e Kátia Silva, abriu com Rosa, de Pixinguinha, e fechou com uma improvisação instrumental de arrepiar. Pena, apenas, o número de pessoas no teatro./// O tempo corre e entro no ar daqui a pouco, ao meio-dia, na Rádio Record AM 1.000, por isso falo depois sobre a questão que envolve a TV Pública de Lula-lá da Silva, o Rei de Brasília./// Falarei mais um pouco também, depois, sobre a música independente no Brasil. Aliás, há pouco falei à Rádio Cultura sobre o pioneiro Cornélio Pires.// Chau! Ah! Entre as 21 e 22 horas, estarei apresentando o nosso Tão Brasil, pela allTV. Na pauta, discussão e registro sobre alguns dos prolíficos compositores brasileiros, cuja produção anda na casa de 1.000 obras: Joel Marques, e Sebastião Ferreira da Silva./// Registro: um dos maiores cordelistas brasileiros, Klédvisson Viana, que teve uma de suas obras adaptadas pela TV Plim Plim, A Quenga e o Delegado, já está em São Paulo. Estará comigo à noite, no Tão Brasil...

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