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Edu Ribeiro - CD Já tô te esperando
por:
Maria Luiza Kfouri

29.06.2006

Não são raros os bateristas brasileiros que protagonizam discos. Mas também não são muitos, principalmente se levarmos em conta o tanto de excelentes bateristas que habitam a nossa música. Dom Um Romão (1925-2005), Edison Machado (1934-1990), Milton Banana (1935-1999), Robertinho Silva (1941), Pascoal Meirelles (1944), Realcino Lima Filho, o Nenê (1947) e Vera Figueiredo (1957) – uma rara mulher de destaque nesta seara dominada por homens – são alguns dos nomes que figuram como “titulares” de discos, não só como bateristas, mas também como compositores. Wilson das Neves (1936), além de ter tido seu nome como destaque num disco que gravou com Elza Soares em 1968, lançou dois CDs – “O Som Sagrado de Wilson das Neves” (1996) e “Brasão de Orfeu” (2004) – mostrando que, além de grande baterista, é também compositor e cantor de primeira. Edu Ribeiro, depois de gravar em 2001 um CD em duo com o trompetista Daniel D’Alcântara – “Horizonte – Nem Céu, Nem Mar” (Mix House) - e um dos melhores discos do ano passado – “Corrente” (Maritaca) – com o pianista Fábio Torres e o contrabaixista Paulo Paulelli, chega agora ao seu disco solo, intitulado “Já Tô Te Esperando”, lançado pela Maritaca. Nascido em Florianópolis, Edu Ribeiro, aos 31 anos de idade, tem em seu currículo participações em discos de Celso Viáfora, Edsel Gomez, Chico Saraiva, Chico Pinheiro, Theo de Barros, Bocato e Léa Freire, Max de Castro, Thiago Espírito Santo, Rogério Botter Maio, Rosa Passos, Ricardo Herz, e Yamandú Costa, entre outros. Das 10 músicas de seu novo disco, apenas uma não é de sua autoria – “Samba do Gaúcho”, de Chico Pinheiro. Nas outras nove faixas Edu mostra seu grande talento de compositor e marca seu lugar como um dos grandes nomes da nova geração de bateristas brasileiros. E, ainda, como arranjador de quatro faixas, mostra que é um músico completo, que baterista estuda como qualquer outro instrumentista que se preze. Em todo o disco, a bateria de Edu está no lugar certo; nunca é demais, nunca é de menos e é sempre tocada de várias maneiras, a serviço das músicas, enriquecendo cada uma delas. Estão com Edu no disco os contrabaixistas Thiago Espírito Santo e Paulo Paulelli, Chico Pinheiro no violão, Daniel D’Alcântara no trompete e flugelhorn, o acordeonista Toninho Ferragutti e o pianista Fábio Torres. À exceção de Toninho Ferragutti (1959), todos eles nasceram dos anos 70 para cá. Portanto, senhores, guardem estes nomes. Eles são uma amostra do poder de renovação da música brasileira. Tão grande quanto o do futebol e com a vantagem de não ter que provar a cada quatro anos que é a melhor do mundo. Basta que estes moços toquem e que as gravadoras independentes os lancem.
Comentários com a jornalista: marialuizakfouri@musicnews.art.br

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