Revista Modern Drummer
Edu Ribeiro do Brasil para o Mundo
por:
Vlad Rocha e Abner Paul
colaboração:
Cristiano Rocha
Novembro 2009 - nº 84

Revista Modern Drummer - Nov 2009
"Nas rodas de músicos costuma-se dizer que a bateria é a "dona da casa" dentro do grupo - qualquer que seja o número de componentes. A este instrumento cabe "receber" os outros integrantes da banda, como bom anfitrião, e "conduzi-los" durante a música em questão.
O bom anfitrião te recebe com elegância, escuta e responde, tem um cardápio variado de assuntos, quitutes, bebidinhas, sabe quando falar, calar. O bom anfitrião faz você querer voltar sempre. Nada pior que ir a uma "festa" onde ninguém te dá a mínima, a comida é ruim, a bebida acaba...

No caso, "elegância" é a intimidade com o instrumento, as "horas de voo" do instrumentista, a técnica; "assuntos" se refere à harmonia, composição, arranjo, produção, gravação, ética, gentileza; "cardápio" à cultura musical e geral, ou seja, conhecer várias formas de música, do Brasil e do mundo, seja popular, erudita, ou qualquer outro rótulo que se queira dar (e não só sobre música - diga-se - saber sobre outros assuntos sempre acrescenta); "quitutes e bebidinhas" à criatividade que transforma toda a música com intenções e cores diferentes, e também aos sabores que identificam o cidadão e suas origens, sua cultura, sua geografia, sua história.
Mais que um exímio baterista, Edu Ribeiro é um grande anfitrião. Tenho uma admiração irrestrita por esse moço, que é capaz de me surpreender a cada vez que tocamos juntos. As "festas" na casa do Edu são sempre ótimas.

Além de excelente condutor - os sabores originais dos ritmos estão sempre presentes -, ele também sabe o momento exato de deixar o som voar, como no futebol na hora do lançamento - todo mundo esperando pra ver aonde aquela bola vai cair! (A palavra inglesa play quer dizer tocar, mas também quer dizer brincar). E seus solos têm sempre a ver com a melodia, o chorus, o tema, o assunto de que se está falando. Ele tem uma fluência e uma elegância enormes, uma variedade impressionante de assuntos, está sempre ouvindo o que você diz, faz comentários, se diverte, te surpreende, faz você tocar melhor, faz você querer tocar melhor.

Foto: Kristian Knack
O Edu toca para a música. Ah, como isso faz diferença! Certamente um virtuoso, ele não está preocupado em "parecer" virtuoso. Ele toca o que a música pede e vai aonde a música o leva. Ele pensa nisso, testa várias opções, aceita e melhora sugestões, está sempre aprendendo e ensinando.
O Edu afina os tom-tons no tom, escolhe os pratos para cada tema, sugere acordes, sugere formas diferentes, afinal "o divino mora nos detalhes", fica óbvio que ele adora o que faz, toca com e por paixão - e isso contagia os sons dos quais ele participa. Por isso tudo todo mundo quer tocar com ele.
É um dos bateristas mais requisitados, com razão e por merecimento.
Tocar com o Edu Ribeiro é um prazer e uma honra. Obrigada, menino." Léa Freire


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