Folha de São Paulo
Manaus estréia seu 1º Festival de Jazz
por:
Carlos Calado

20.07.2006

Palco de concertos sinfônicos e óperas, o centenário teatro Amazonas vai se abrir para a modernidade dos improvisos do jazz. Começa hoje, em Manaus, a primeira edição do Festival Amazonas Jazz, que exibe até domingo atrações internacionais e instrumentistas do primeiro time nacional. Mesmo com o cancelamento da vinda do trompetista norte-americano Terence Blanchard, a programação do evento inclui nomes conceituados na cena jazzística. Além do pianista cubano Gonzalo Rubalcaba, destacam-se também duas revelações do jazz nova-iorquino: o baterista e compositor John Hollenbeck, líder do Claudia Quintet, e o saxofonista Jimmy Greene, que vai se apresentar pela primeira vez no Brasil. Quem abre a noite de hoje, no teatro Amazonas, é o trompetista norte-americano Steve Mostovoy, que se apresenta com a Amazonas Band. O programa inclui ainda o quinteto do saxofonista paulista Vinicius Dorin e o Pife Muderno, grupo liderado pelo flautista carioca Carlos Malta, convocado à última hora para substituir Terence Blanchard. O elenco destaca também a Banda Mantiqueira, os violões do Duofel, o trio do baterista gaúcho Nenê e o percussionista amazonense Thiago de Mello, que vive há décadas nos EUA, além de várias atrações locais. Todos os concertos do festival, tanto no largo de São Sebastião, ao ar livre, como no teatro Amazonas, são gratuitos. Organizada pelo maestro Rui Carvalho, a programação do evento oferece também uma série de workshops e palestras, que se dirigem a instrumentistas, estudantes e professores de música, além de uma mostra de filmes de cineastas como Clint Eastwood e Spike Lee, que abordam o universo do jazz. "Queremos abranger uma certa transversalidade inerente ao discurso jazzístico", explica o diretor artístico e pedagógico do evento, referindo-se também à exposição "Inspired by Jazz", que vai exibir pinturas do norte-americano Stephen Henriques inspiradas na linguagem desse gênero musical. Produzido pela Secretaria Estadual de Cultura, o festival não pretende apenas introduzir a cidade de Manaus no roteiro dos festivais internacionais de jazz. Busca também promover o Estado do Amazonas como destino cultural. "Há um movimento musical e artístico efervescente no Estado. E o jazz é mais um ponto para ampliarmos essa ação", diz Robério Braga, secretário da Cultura, observando que o festival integra um conjunto de eventos regulares realizados em Manaus, como os festivais de ópera, cinema e quadrinhos.

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