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Por E-mail # Laércio de Freitas
por: Tárik de Souza
02.11.2007

Laércio de Freitas

Pianista que tocou com Radamés Gnattali e o Tamba Trio e escalou as paradas nos 70, com o brincalhão Capim Gordura, Laércio de Freitas lançou CD em que homenageia Jacob do Bandolim. E faz show todas as sextas de novembro com a filha cantriz Thalma de Freitas, no Studio SP, casa noturna paulista onde já se apresentaram Kassin, Kátia B, Cidadão Instigado e Céu.

Você homenageou Esmê e Jacob. Qual sua ligação com o choro?
Antes já ouvia Jacob, Waldir Azevedo, Patápio Silva e Chiquinha Gonzaga. Mas foi Esmeraldino Sales, o Esmê, que me fez prestar atenção ao choro. Na década de 60, no início da TV Cultura paulista, eu fazia parte de uma orquestra comandada por Erlon Chaves, que me pediu para formar um trio para tocar no programa Hora do Almoço. Era eu, Fuminho (bateria) e Esmeraldinho (contrabaixo). Esmê era à frente do seu tempo, foi ousado em harmonia, melodia e ritmo. Havia também o acordeonista Orlando Silveira, na mesma linha inovadora. O Rio não fazia o que eles já estavam fazendo em SP, que era o choro com duas partes, quando no Rio eram três. Eu ouvi os do Rio, os de S. Paulo e deduzi dos dois.

O sucesso do "Som roceiro" do "Capim gordura" não o animou a explorar a sátira?
Não, pois o 'Som roceiro' foi um acidente de percurso. Estava no México por dois anos e com saudades do Brasil, aí fiz a música Capim Gordura. Quando voltei fui tocar numa casa no Rio, a Flag, no grupo do Luiz Carlos Vinhas. Mostrei a música para eles, que acharam interessante. O baterista Hélcio Milito, tinha contato com a gravadora Tapecar, que acreditou e eu gravei. Mas a primeira gravação foi do grupo Vinhas & Os Calangos.

Como se sente hoje chamado de "pai da Thalma de Freitas"?
Não me sinto diferente pois sou o pai dela. Não tem esses perhaps, esses pequenos pruídos. Isso não me incomoda abslutamente. As pessoas precisam rotular. Isso me faz lembrar uma coisa que mestre Marcal dizia, acho que era ele: quem procura o que não perdeu, quando encontra não reconhece. Talvez por isso precisem botar o rótulo. É chover no molhado.