Hoje em Dia - Cultura
- 13/07/2005
"Música com enternecimento e reflexão"

Por: Viviane Moreno

Os instrumentistas já preparam um segundo volume
com lançamento em setembro.

A flautista Léa Freire e o trombonista Bocato lançam hoje, no Museu de Arte da Pampulha, o álbum "Antologia da Canção Brasileira - Vol. 1", lançado em abril pelo selo Maritaca. No repertório grandes clássicos da MPB, como "Andorinha" (Tom Jobim), "Folha Morta" (Ary Barroso), "As Rosas Não Falam" (Cartola), "Luz Negra" (Nelson Cavaquinho) e "Nossos Momentos" (Haroldo Barbosa), entre outros. E também alguma canção do Volume 2, já em fase de produção, com previsão para ser lançado em setembro, trazendo composições de Lamartine Babo, e Edu Lobo, entre outros.
Por telefone, de São Paulo, Léa Freire conta que o projeto não pára por aí. "Esse projeto é um reencontro com canções maravilhosas. É difícil, porque é um repertório inesgotável, dá pra lançar dois discos por ano", afiança. A flautista e compositora conta que, quando surgiu a idéia do disco, em 2002, ela e Bocato conversaram com vários amigos e selecionaram músicas que tinham a ver com suas carreiras e histórias pessoais. "Selecionamos mais de 80 músicas e fomos experimentando na noite, numa série de shows em São Paulo. Escolhemos os arranjos que deram mais certo, que ficaram mais bacanas".
O resultado é um disco "suave, com canções lentas", define. "A idéia não é entretenimento, apenas, mas entretenimento com enternecimento e reflexão, que faz suspirar mais do que excita", avalia. No show de logo mais, Léa Freire e Bocato serão acompanhados pelos músicos Michel Freidenson (piano), Djalma Lima (guitarra), Neymar Dias (baixo acústico) e Marco Antônio (bateria). A apresentação faz parte do projeto Música no Museu. De Belo Horizonte, o show será levado a Curitiba e ao Rio de Janeiro.
Flautista e compositora, Léa Freire começou ouvindo e aprendendo os clássicos, como Guarnieri, Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Bach e Debussy. Tocou rock, fusion, funk e depois jazz, que a trouxe de volta à bossa nova e depois ao choro. Ao criar o selo Maritaca, começou uma nova fase na carreira, ao unir o popular ao erudito e o formalismo à improvisação. Como produtora e editora privilegia a música instrumental e tem, entre seus contratados Theo de Barros, Arismar do Espírito Santo e Filó Machado.
Bocato, por sua vez, é um dos trombonistas mais requisitados da música brasileira contemporânea. Começou a ganhar tratamento diferenciado nos anos 80, quando tocou com Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Elis Regina, Rita Lee, Ney Matogrosso e Roberto Carlos. Das safras mais recentes da MPB, gravou com Na Ozzetti, Zé Miguel Wisnik, Edson Cordeiro, Zeca Baleiro, Chico César, Celso Viáfora, Carlinhos Brown, Nação Zumbi, Mundo Novo, Falamansa, Mestre Ambrósio, Pavilhão 9, Thaíde & DJ Hum e Art Popular, entre outros.

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