Revista Guitar Player
- maio/2005
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"Liberdade Musical"

por Rodolfo Rocha

Filó Machado é pura espontaneidade em novo CD

Filó Machado está envolvido com música há mais de 40 anos. Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, começou a atuar em grupos de baile da região com apenas 10 anos de idade. De lá para cá muita coisa aconteceu na carreira do guitarrista, violonista, compositor, arranjador, cantor e produtor. Depois de ter tocado ao lado de grandes artistas e de lançar oito álbuns-solo, ele nos presenteia com Jazz de Senzala (Maritaca), em que mostra levadas rítmicas contagiantes, belas melodias e harmonias intrincadas e fluentes. Em seu nono disco, Filó afirma que conseguiu atingir a maturidade necessária para ter liberdade e se sentir à vontade dentro do estúdio.



O que você busca com suas composições?
Componho por prazer. Não interessa se o disco vai vender uma ou um milhão de cópias. Se eu tiver prazer em compor, o que vier é lucro. Minha proposta não é atingir um público específico. O que quero é poder ouvir ou tocar a minha música depois de composta e me divertir com ela. E isso só vai acontecer se eu me recordar dos momentos prazerosos que passei compondo determinada música.

As composições de seu último disco foram feitas especialmente para ele ou já estavam prontas?
Algumas eu compus dentro do estúdio, como
Pro Felipe, dedicada ao meu neto. Outras já estavam prontas há muito tempo, como Tema pro Macumbinha, que escrevi nos anos 70 em homenagem a esse excelente violonista. Busco composições que se encaixem no espírito do disco.

Este é seu primeiro trabalho sem instrumento de percussão. Isso foi algo pensado ou aconteceu naturalmente?
Percebi isso depois que o disco estava pronto. Na verdade, existe percussão, só que ela é produzida pela boca ou batendo no violão. Foi algo que aconteceu. Fui gravando as músicas e calhou de não ter nenhuma com percussão.

Como um músico deve encarar uma gravação?
Acho que o músico deve experimentar de tudo na hora de gravar. Não importa se vai registrar ao vivo ou se vai fazer vários overdubs. Para os cantores, a dica é não se preocupar em desafinar. Hoje em dia, com a tecnologia que nós temos, o cantor acaba deixando de lado a espontaneidade. Ele se preocupa mais em usar o Auto Tune (plug-in do Pro Tools) para afinar a sua voz do que em investir na interpretação. Você pode usar e abusar da tecnologia, mas a verdade que vai transparecer na sua música é a interpretação, seja cantando ou tocando.

Veja matéria completa na Guitar Player 98.

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