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O Estado de São Paulo C2
Livre participação nos palcos de Tatuí
por: Lauro Lisboa Garcia
SP 09.01.08
Oitava edição do Brasil Instrumental, que começa na cidade paulista
depois do carnaval, abre espaço para todos os músicos
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Paulo Braga
Pianista que coordena o festival traz várias novidades
Kazuo Watanabe / Divulgação
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Um sopro animador para espantar as cinzas do carnaval virá com o 8º Brasil Instrumental, que a cidade de Tatuí vai sediar de 7 a 17 de fevereiro. Com 40 shows, outro tanto de bate-papo se workshops com músicos e dez oficinas técnicas, o festival amplia a programação e o conceito, agora com “livre participação”, e, além dos palcos do Teatro Procópio Ferreira e do Espaço Cooperativa, vai balançar o coreto da Praça da Matriz e tomar as ruas da cidade. Expoentes de diversos estilos e instrumentos, como Hamilton de Holanda, Laércio de Freitas, Toninho Ferragutti, Ivan Vilela, Paulo Freire, Duofel, Spok Frevo Orquestra e Orquestra Tabajara dão força à programação. Esta edição, mais intensa e com mais atrações do que as anteriores, também inova com uma tenda montada dentro do Conservatório de Tatuí, que promove o festival, com apoio da Secretariade Estadoda Cultura. Nessa tenda pode se apresentar qualquer músico que queira mostrar seu trabalho durante o dia. “Os estudantes tinham espaço das jam sessions dentro do Espaço Cooperativa para poder se expressar, ter uma integração. Este ano tem mais a tenda, que vai ser montada no pátio do conservatório, com aparelhagem ligada o tempo todo no palco, para quem quiser tocar”, diz o pianista Paulo Braga, que divide com o flautista Paulo Flores a coordenação do festival. Além da ocupação de novos espaços, outras novidades são os bailes e dois festivais dentro do festival: o de viola caipira e o de bandas de coreto (leia matéria). As oficinas, que começaram como experiência isolada no ano passado, agora também se firmam na programação.
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Pixinguinha - Divulgação
Arranjos raros do mestre serão reproduzidos no palco
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Parte das atrações tem ingressos a R$ 3 (R$ 1,50 para idosos e estudantes), outras são grátis. Os três grandes shows do conservatório são o de Hamilton de Holanda Quinteto na abertura, o encerramento com a Spok Frevo Orquestra e a já tradicional apresentação da Banda Brasil Instrumental, que este ano vai executar arranjos do mestre Pixinguinha (1897-1973) para temas dos primórdios do choro compostos por Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e outros menos conhecidos. São arranjos que foram executados só uma vez num programa de rádio de Almirante, décadas atrás. A idéia do Pixinga Arranjador veio da pesquisa que Flores realizou para o projeto Benê, o Flautista, lançado em caixa de CDs no ano passado, com gravações do parceiro de Pixinguinha, Benedito Lacerda. Flores encontrou no acervo da Collector’s diversas gravações da orquestra de Pixinguinha para programas de rádio. “É uma formação um pouco diferente de orquestra, com quatro saxofones, dois trombones, uns três ou quatro violinos, flauta, piano, baixo, bateria e percussão”, conta Flores. Das quase 40 músicas encontradas, a Banda vai executar 14. O grande desafio tem sido transcrever os arranjos, já que nenhuma partitura foi escrita. Para isso, Flores montou um pool de músicos e ainda lança a possibilidade de fazer umas imulação do próprio programa. “Estamos vendo com o pessoal do teatro pra ver se dá certo, porque o mais divertido são as narrações”, diz.
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