Jornal O Globo
Segundo Caderno
Para onde vai a música instrumental brasileira?
por: Antonio Carlos Miguel
RJ 15.05.2007

Internet é um dos caminhos para quem quer achar
a ótima produção independente no setor

O volume de lançamentos – em média, duas dezenas de CDs chegam mensalmente à redação – pode levar à idéia de que a música instrumental brasileira estaria imune à crise do disco. Mas a verdade é que há muito tempo a produção independente virou a única opção para quem se dedica a um tipo de música que não interessa às grandes gravadoras.
Com a maior facilidade, o barateamento dos custos de gravação, chovem discos. Alguns muito bons, mas infelizmente, restrito a poucos: as tirangens são pequenas e a distribuição, precária. Os títulos listados abaixo estão entre os bons recentes lançamentos no setor, que merecem ser procurados.

Flautista e compositora, a paulista Léa Freire vai do choro a temas orquestrais em seu mais novo e brilhante disco, Cartas Brasileiras, que lança em seu próprio selo, Maritaca (www.maritaca.art.br).

Da mesma turma, um dos músicos no disco de Léa, o saxofonista, clarinetista e compositor Nailor Porveta (também o líder da ótima Banda Mantiqueira), faz um belo passeio por choros, valsas, maxixes em seu primeiro disco solo, Tocando para o interior, que sai por outro selo fundamental para o instrumental brasileiro, Núcleo Contemporâneo (www.nucleo.art.br). A Acari Records (www.acari.com.br), que tem feito belo trabalho no gênero, lança Choro Ímpar, novo CD de um dos principais chorões contemporâneos, e um dos sócios do selo, Maurício Carrilho. Ele assina as 14 faixas do álbum, gravado com diferentes instrumentistas, entre eles o supracitado Nailor Porveta.
Também tangenciando o universo do choro, em Das ilhas mestiças, o bandolinista e compositor Rodrigo Lessa procura aproximar as tradições musicais do Rio, de Cuba e Cabo Verde. Bela sacada, em produção independente que pode ser procurada no site do músico: www.rodrigolessa.com.br.

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