Estado de Minas
ECOLOGIA
por: Walter Sebastião
MG 31.03.2009

Gravadoras e selos criados por artistas mantêm projetos de qualidade
na área musical, garantindo a cantores, compositores e instrumentistas
a chance de divulgarem sua obra

“O que fazemos é música artisticamente sustentável, aquela que você ouve, toca hoje e não prejudica o seu futuro”, afirma a flautista e compositora Léa Freire. “Música tem de tornar as pessoas melhores, é nisso que acreditamos”, completa. Há 12 anos, Léa criou a Maritaca Discos, que tem 35 álbuns em catálogo - todos dedicados ao gênero instrumental. “São composições bem-tocadas, com muita harmonia e muita melodia. Ficam entre o erudito, o popular e o jazz. Temos excelentes músicos e grandes intérpretes”, informa, observando que o objetivo do projeto sempre foi se voltar para artistas de alta qualidade.

“Ninguém fazia nada assim. Havia produção no gênero, mas ela parecia uma seita oculta para iniciados”, recorda. “Criar selo é uma forma maravilhosa de gastar dinheiro”, brinca a dona da Maritaca, que pretende ganhar na Loto para poder investir mais em arte. “É muito gostoso poder colaborar com um artista que merece”, garante.

Na opinião da flautista, a contribuição dos selos independentes é deixar para as gerações futuras “um legado para que elas possam ouvir o que se faz hoje”. Léa gostaria que houvesse mais preocupação com qualidade - e não só com produtos ou o mercado. “Há muita coisa ruim, mas democracia é isso”, ironiza.

Desafio posto para Léa: se preparar para trocar o CD pelo download pago. “Não é mais futuro, é o presente”, constata a instrumentista, que não tem lá muito encanto pela internet. “É mais fácil um artista desaparecer nela do que ficar conhecido”, conclui.

M A R I T A C A - www.maritaca.art.br

Lançamentos:
Laércio de Freitas homenageia Jacob do bandolim; Benedito Lacerda resgatado em quatro CDs; Waterbikes, com Maritaca Quintet; DVD da Orquestra Mantiqueira; e Cartas brasileiras, de Léa Freire.
Planos: Disco do Quinteto Vento em Madeira.