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Theo em nova disparada
por:
Zema Ribeiro

25.07.2006

Talvez o nome de Theo de Barros, dito pura e simplesmente, não evoque lembranças. Sua música de maior “sucesso” é Disparada (1965), parceria com Geraldo Vandré, ainda hoje, muito regravada. Quem não lembra dos versos “porque gado a gente marca / Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente”?

Theo, o disco (Maritaca, 2004), alterna, em melodias e letras, alegrias e tristezas. Uma possível tradução do esquecimento a que são condenados muitos artistas brasileiros.

Essa mistura talvez retrate os espaços de sua própria vida, altos e baixos de uma “carreira”, se é que assim se pode falar. Jornalista de formação, Theo trabalha com publicidade, elaborando jingles. Ele assina, sozinho, nove das dezesseis faixas do disco; as outras, são parcerias com Paulo César Pinheiro (seu parceiro mais constante, com quem divide, aqui, quatro músicas), Cristina Saraiva e Conrado Goys.

Nascido no Rio de Janeiro e morando em São Paulo desde menino – tem hoje 63 anos –, é filho de pais nordestinos, outra possível explicação, esta para a variedade criativa de Theo de Barros.

Só Disparada já seria suficiente para incluir Theo de Barros no panteão sagrado da eme-pê-bê. Mas não estamos diante de um compositor de uma música só. [observação exclusiva do blogue: grifo do colunão]

Neste disco, o compositor reúne-se com ótimos instrumentistas (Léa Freire e Teco Cardoso, flautas; Arismar do Espírito Santo, contrabaixo; Caíto Marcondes, percussão; Heraldo do Monte, viola capira; Toninho Ferragutti, acordeon; entre outros, além das cordas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e cantores (Mônica Salmaso, voz em Natureza e Sete Violas; Renato Braz, voz em Sete Violas), além de tocar violão e cantar em (quase) todo o disco, o que pode explicar a qualidade do mesmo.

A única coisa que Theo não consegue explicar – precisa? Alguém deseja fazê-lo? – é o tratamento dado pelo Brasil – leia-se “mídia” (brasileira) – a artistas de seu quilate.

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