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Revista Modern Drummer
Alex Buck - A Revelação de 2005
por: André Carvalho
janeiro 2006
Desde a mais pura bossa até o mais ousado free jazz, tudo passa pelas mãos de Alex Buck, uma das maiores revelações da música instrumental em 2005. Baterista, pianista, compositor e arranjador de mão cheia, ele lançou seu primeiro trabalho autoral, Luz da Lua (Maritaca), em que expõe sua habilidade e bom gosto. "Comecei a compor depois de ter uma converça com Nenê. Uma converça de 12 horas! Ele me disse tudo o que tinha que fazer na carreira, inclusive que precisava ser o autor de minhas próprias músicas", conta Alex. Entre começar a compor e poder se considerar compositor foi um processo de quatro anos, entre aprendizado e experiências.
O álbum foi gravado no estúdio de Sandro Haick. "Quando a música precisava de sopros, gravávamos como um trio primeiro, depois os sopros entravam. Quando pedia um quarteto, faziamos tudo junto. "Alex não montou um grupo para gravar o álbum., mas chamou os músicos que achava mais interessantes para cada música. Por isso, ele não ouviu as músicas antes da gravação. "Tive de mudar alguns arranjos que não funcionaram bem dentro do estúdio com os músicos esperando. Por outro lado, algumas músicas ficaram muito melhores do que imaginei."
Neste primeiro álbum, ele se divide entre a bateria e o piano, mas sempre com o cuidado de nunca gravar os dois instrumentos na mesma faixa. "Tudo foi gravado ao vivo, a energia é sem igual. Quem me ensinou isso foi o Arismar do Espírito Santo, alguém que pode gravar um disco inteiro sozinho. Quanto mais gente estiver na gravação, mais assunto aparece. Há músicas que não compus para eu mesmo fazer a batera, mas já pensando no convidado. "E que convidados! Pelo álbum passaram músicos como Vinicius Dorin, Naylor "Proveta", Walmir Gil, Léa Freire, Nenê, Arismar, Silvia Góes e Filó Machado.
Alex começou a estudar música na iniciação musical do CLAM, em São Paulo, com 6 anos, Aos 11 descobriu a bateria do seu tio André Buck. Na mesma época, encontrou um amigo na escola que dizia tocar guitarra, e ele respondeu que tocava bateria. "Nenhum dos dois tocava nada, mas foi aí que descobri o instrumento." Ele também conta que a sua "faculdade" de música foi o Sanja, onde pode estudar com o Cuca Teixeira e Sandro Haick, e depois tocar com eles. Depois, ainda desenvolveu técnica e linguagem de improvisação com Nenê e Bob Wyatt.
Quanto ao piano, começou a estudar a fundo com Silvia Góes e gravou as baterias de um álbum dela, com Thiago Espirito Santo no contrabaixo. Daí em diante, passou a tocar no meio instrumental e a conhecer as pessoas. Em 2005 também gravou o álbum Trocando idéias, com Michel Leme Quarteto; Neste trabalho ele faz bateria, percussão e toca piano em uma faixa.
Agora Alex se prepara para gravar o segundo álbum, dessa vez acompanhado de seu sexteto composto por Raphael Ferreira (saxofone tenor e flauta), Sidmar Vieira (trumpete), Pepe Rodriguês (piano) Thiago Alves (baixo) e Sandro Haick (bandolim). O álbum será lançado pela Maritaca e deve sair no segundo semestre. Haverá uma versão de "Que nem jiló", de Luis Gonzaga "Choro bandido", de Edu Lobo e Chico Buarque, "Viva o Rio de Janeiro", de Hermeto Pacoal.
Alex também está planejando um álbum de menagens aos grandes bateristas, como Rubinho Barsotti, Edson Machado, Toninho Pinheiro, Milton Banana, Turquinho e outros. As composições serão suas, com arranjos de Alexandre Mihanovich e será lançado pela Mendigo Records.
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